O voto de “cabresto” na atualidade

O voto de cabresto é uma prática que se consolidou através da figura do coronel nos anos iniciais da República, como um sistema de poder político, sendo o coronelismo um compromisso fundamentado na troca de favores entre o poder público fortalecido e a influência social dos chefes locais, que tinham como objetivo indicar ao leitor em quem ele deveria votar através de recursos como: A compra de votos, troca de benefícios, oferta de emprego e até mesmo por uma relação direta relacionada a fé.

Elizabete ago 02Contudo a evolução das ideias e com as mudanças ocorridas ao longo do processo histórico, algumas marcas foram extintas como: O uso da violência para se conseguir os fins desejados. E com tantas mudanças sociais ocorridas o voto de cabresto hoje ganha uma nova roupagem sem a presença da força física e sem capangas por perto intimidando e garantindo que a ordem do coronel seja executada, hoje na figura do coronel surge o cabo eleitoral que exerce um voto de cabresto moderno, fundamentando-se de maneira psicológica e atuando nas necessidades do eleitor, sendo o cabresto de hoje feito de promessas vazias e evasivas, sem nenhum compromisso e envolvimento com o bem coletivo, se tornando um jogo de interesses individuais baseado na manipulação do poder.

Assim sendo uma contínua troca de votos por benefício pessoal, a responsabilidade não é apenas e originalmente do político, mais também do eleitor que na falta de compromisso consigo mesmo e com a sociedade, faz uso do “jeitinho” brasileiro, da corrupção e da desonestidade, quando fura uma fila, quando superfatura um produto, daí como exigir um comprometimento do outro?, se o “cabresto” começa pela parte debaixo da pirâmide, se somos os primeiro a ferir o direito do outro, infelizmente vivemos em uma sociedade “mascarada”, onde os senhores coronéis não se foram e nem o voto de “cabresto”.

REFERÊNCIA

LEAL, Victor Nunes (1975 [1949]). Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. São Paulo: Alfa-Ômega.

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3 Comments

  1. Parabéns Elizabete Cristina!
    Infelizmente essa troca do voto por algum beneficio acontece sim, o que nos educadores podemos fazer ? podemos sim, passar para nossos alunos a importância da pratica certa e consciente de se votar, analisando as propostas de seus candidatos e tendo a consciência de que um político é um servidor público não um salvador da pátria! devemos incentivar nossos alunos a serem participativos e bem analíticos em suas escolhas. e cobrarem ! sempre !

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