Comentário sobre “Senso comum e justificação da desigualdade”, do Livro “A ralé brasileira: quem é e como vive”

SOUZA, Jessé. A ralé brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte: UFMG, 2009.

Jessé Jose Freire de Souza é graduado em Direito pela Universidade de Brasília, onde realizou o mestrado em Sociologia. Na mesma área, fez o doutorado pela Karl Ruprecht Universität Heidelberg (Alemanha). Atualmente, é professor na Universidade Federal de Juiz de Fora.

Para entender o titulo do livro, o autor explicita que o termo “A `ralé`, seria “essa classe de infelizes e desesperados, num país que nega, esconde e eufemiza todos os seus conflitos e problemas, nunca foi, na verdade, percebida como uma `classe social` entre nós”.

Jessé faz uma relação com as teorias de Pierre Boudieu dentro do simbolismo e é

A partir do momento que o autor dar significado ao termo “ralé” de forma pejorativa das classes mais baixas e menos favorecidas, e o capitulo dois do livro vem de encontro com uma problematizarão do que o senso comum traz para justificar a desigualdade existente na sociedade Brasileira.

O termo ‘Identidade Nacional’ permite a explicação do desenvolvimento social e político de uma sociedade, mas a partir do momento que resulta num senso comum de uma ‘Brasilidade’, esta não define a concepção que temos de nós mesmo e dos outros, pois estão intimamente ligadas por características e influências europeizadas.

Se tratando de desigualdade social, o autor relata que “o poder dominante constrói ilusão de liberdade e igualdade”, mas fazendo uma reflexão podemos ver que não é bem assim. Através da ideologia do mundo moderno, a meritocracia vem de encontro com a ilusão de que os privilégios são justos, pois decorrem do esforço e desempenho diferencial do indivíduo, porém é essa meritocracia de privilégios que vem se legitimando na sociedade moderna nos indivíduos.

São nessas falsas justificações que o autor vai trazer no capitulo, pois levaria a um ‘esquecimento de classe social’ existente, colocando a falta de privilégios como culpa e fracasso individual, mas podemos ver no texto que há uma reflexão que levam a desigualdade a um patamar que é invisível, onde as visões das famílias de classes médias formam uma ‘endogenia de classes’ que reproduzem valores, pensamentos e a autoconfiança que o autor Axel Honneth é citado no texto.

Portanto, é nesse senso comum que ocupam a presença de classes e a ‘ determinação social dos indivíduos, onde foi formada uma ideologia do Senso Comum que esconde a realidade das classes sociais.

Logo, há uma separação de aprendizado e características das classes, que se tornam invisíveis por que reproduzem as capacidades do poder dominante e sua desigualdade. Mas, já terminando o capitulo, o autor percebe que há contradições e conflitos, porém vê que “Tudo que foi feito pelo homem pode ser desfeito por ele”.

REFERÊNCIAS

http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/40345-rales-batalhadores-e-uma-nova-classe-media-entrevista-especial-com-jesse-de-souza

http://www.auditoresfiscais.org.br/nacional/?area=ver_entrevista&id=22

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